No acumulado desde o início (1º de abril) da safra canavieira 2017/18, até 1º de janeiro de 2018, a moagem totalizou 583,39 milhões de toneladas, permanecendo abaixo do resultado apurado até a mesma data no ciclo 2016/2017 (592,05milhões de toneladas).
Os números fazem parte do Relatório quinzenal de safra divulgado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), na última sexta-feira (12).
Para o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “a safra 2017/2018 está praticamente encerrada na região Centro-Sul, pois apenas 4 unidades produtoras continuam em funcionamento após 1º de janeiro”.
O que aponta que vai ficar cana em pé e que ainda podem ser colhidas ainda dentro da safra 2017/18, que se encerra em 31 de março. Mas, de acordo com Padua, a quantidade de cana que será processada em março, por sua vez, vai depender das condições climáticas nesse período.
A grande maioria das unidades projetam iniciar a safra após o dia 10 de abril. Para os especialistas na área, colher cana no período de chuvas, como este, o prejuízo com o depauperamento do solo, que é o principal objeto de produção para o Setor, é incalculável. Tanto que, na maioria das vezes não compensa o alívio imediato de reforço no caixa com a continuidade ou antecipação da moagem.
O grande problema do cultivo de cana-de-açúcar é a compactação do solo, é isto que vem causando problemas de baixa produtividade e aumento do escorrimento superficial de águas pluviais por infiltração deficiente do solo, causando erosão. Ao colher com chuva, as usinas não estamos resolvendo problemas do Caixa, mas fazendo um rombo no Caixa.
O principal inconveniente causado pelo excesso de precipitação está na dificuldade de operação do maquinário utilizado na colheita da cana. Os equipamentos afundam no barro e nem adianta tentar colher, porque estraga toda a brota (planta).
Quando ocorre em excesso, a chuva interfere também na qualidade da cana, com a diluição dos teores de sacarose, o que representa prejuízo aos canavieiros, especialmente na produção de açúcar. A planta acaba perdendo algumas de suas características e a recuperação pode levar até dez dias.
O solo mais pesado demora mais para secar, já o solo mais leve ou arenoso leva menos dias. No entanto, para a usina voltar a moer tem que atingir pelo menos 50% da capacidade de moagem, do contrário seria um prejuízo acionar todo o sistema, visto o gasto elevado para uma produção pequena.
fonte: www.canaonline.com.br