O etanol de cana produzido pelo Brasil, capaz de reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em comparação à gasolina, pode ser estratégico para o Japão cumprir suas metas de desenvolvimento sustentável assumidas no Acordo de Paris.
Os japoneses se comprometeram a cortar 26% das emissões domésticas de GEEs até 2030, o que exigirá um grande esforço na substituição de energias fósseis por renováveis, principalmente no segmento veicular, responsável por um quarto do CO2 lançado na atmosfera.
Durante missão ao Japão para discutir com representantes do Ministério da Economia, Comércio e Indústria daquele país (METI, na sigra em inglês) sobre o processo de revisão da atual política para a importação de biocombustíveis, o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, reforçou as qualidades ambientais do etanol brasileiro, considerado o biocombustível mais avançado do mundo.
Em um seminário para 25 pessoas realizado na Embaixada do Brasil em Tóquio, Eduardo mostrou que a cultura canavieira para a produção de biocombustível ocupa somente 5,5 milhões de hectares no Brasil - 0,6% do total de terras agricultáveis. Utilizando esta pequena porção, o País é o segundo maior produtor mundial de etanol, com 28 bilhões de litros produzidos em 2016.
No evento, o representante da UNICA também falou sobre o etanol de segunda geração ( 2G), obtido a partir da palha ou do bagaço da cana. Segundo Eduardo, nos próximos meses, os dois países darão continuidade às discussões a respeito do programa japonês para os biocombustíveis, em especial ao processo de importação do produto brasileiro.