O Plano Safra 2017/18 foi anunciado pelo Governo Federal Maggi como o maior da história. Inflado por recursos normalmente contabilizados à parte ,estarão à disposição dos produtores rurais brasileiros, a partir do início de julho, R$ 190,25 bilhões, e a maior parte desses recursos servirá para financiar um novo avanço no plantio de grãos na próxima temporada, que o governo já projeta que será expressivo.
Do montante total, R$ 188,3 bilhões são em crédito rural propriamente dito R$ 149,2 bilhões serão emprestados a juros controlados, subsidiados pelo Tesouro, e R$ 39,1 bilhões a juros livres ,
2,4% a mais que no ciclo 2016/17 (R$ 183,9 bilhões).
Para o setor sucroenergético, o governo destinará R$ 1,5 bilhões através do programa Pró-Rural BNDES, com juros de 3,7% ao ano mais TJLP.
Outros R$ 1,95 bilhão entraram na conta, sendo R$ 1,4 bilhão como "apoio à comercialização" e R$ 550 milhões para o programa federal de subvenção do seguro rural. Os juros das linhas de crédito do novo plano são entre e 1 e 2 pontos percentuais menores que os do atual.
Em discursos para uma plateia de cerca de 800 pessoas, Temer realçou que o agronegócio "dá uma injeção de otimismo ao país" e reafirmou sua confiança em permanecer na Presidência até o fim do mandato, em 31 de dezembro de 2018.
O plano, entretanto, foi recebido com críticas pelo setor produtivo, ainda que os representantes das entidades que participaram da cerimônia, no caso da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não as tenham mencionado em seus discursos, que destacaram a importância do
agronegócio para a economia do país.
De maneira geral, os críticos observaram que o aumento de recursos foi menor que a inflação e o corte de juros perdeu para a queda da Selic. Apesar de reconhecer o "empenho do Ministério da Agricultura" nas negociações, Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), lembrou que os juros reais ficaram maiores que os do plano que vai chegando ao fim.
"Enquanto eu olho uma árvore, o governo tem que olhar uma floresta. Fomos até onde pudemos ir para conseguir o que conseguimos. Gostaria de juros mais baratos. Pode ser que não seja o Plano Safra dos sonhos, mas foi o possível", afirmou Blairo Maggi.
Nas projeções do Ministério da Agricultura, esse plano possível, cujos principais pontos estão destacados no infográfico ao lado, deverá ajudar o Brasil a produzir entre 235 milhões e 240 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2017/18.
Kauanna Navarro e Fernando Lopes
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