O Grupo IDEA, uma das maiores consultorias do mundo especializada no setorsucroenergético, divulgou sua primeira estimativa da safra canavieira 2017/18.
A pesquisa tem como base, entrevista realizada com gestores de cerca de 40% das unidades produtoras do Centro-Sul do país, do total de 296, foram consultadas 106 usinas.
Na região de Rio Preto, que possui 17 unidades industriais, a consultoria estima uma safra de 48.017.815 toneladas, aumeto de 2,9% em relação a safra 16/17.
A equipe da consultoria concluiu que a safra iniciada em 01/04/2017 deverá ser de 606 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nes região. Este número poderá variar em até 3% para mais ou para menos dependendo das condições climáticas.
Volume que praticamente repete a safra 2016/17, que segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar foi de 607,14 milhões de toneladas, quantidade 1,71% inferior ao registrado na safra 2015/16.
Já 10 diferentes instituições do setor divulgaram suas estimativas da safra 2017/18, com volume variando de 567 milhões de toneladas até 620 milhões de toneladas.
Dib Nunes Jr, presidente do Grupo IDEA, observa que a produção de cana da região Centro sul está estagnada há mais de seis anos, quando o patamar de 600 milhões foi atingido. O incremento de produção na região Centro-Sul, neste período, foi de quase 9%, muito abaixo do esperado.
De acordo com Dib, este crescimento tímido da produção é decorrente da recente crise vivida pelo setor, que, diante de políticas irresponsáveis e erráticas promovidas pelas autoridades econômicas do país nos últimos anos, se viu obrigado a reduzir drasticamente seus investimentos em tratos culturais, reformas de canavial, e novas áreas de plantio.
Além de provocar o fechamento de dezenas de unidades sucroenergéticas – em 2010 o país contava com cerca de 432 unidades de produção em todo o território e hoje dispõe de apenas 380, segundo dados do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Além da crise, efeitos climáticos, geadas pesadas ocorridas na região de Assis, Presidente Prudente, Paraná e Mato Grosso do Sul no ano passado e as estiagens de 2014 e 2016, também influenciaram na redução da produção.
Outro fator negativo é o envelhecimento geral das lavouras por conta da falta de dinheiro para reformas. Dib salienta que, se o setor não voltar a plantar cana, a tendência para os próximos anos é que a queda de produção se acentue.